sábado, 4 de fevereiro de 2012

Livro 1 - Comer Rezar Amar

DESAFIO LITERÁRIO!

LIVRO 1
Iniciando os trabalhos!!! Com alguns dias de atraso publico minha primeira resenha para o Desafio Literário!

Tema: Gastronomia

Mês: Janeiro


Título: Comer Rezar Amar

Autor do livro: Elizabeth Gilbert

Editora: Objetiva

Nº de páginas: 342




O que me chamou atenção na capa foi a estrutura, na qual cada uma das palavras que compõe o título é "escrita" lembrando a parte da viagem que representa. Espagueti para Itália, contas para Índia e acredito que sejam flores para Indonésia.

O livro é sobre o ano sabático, vivido pela própria autora, após enfrentar um divórcio difícil e ter certeza de que quer encontrar Deus. São três meses que passa em cada lugar, realiza o sonho de aprender italiano e se delicia nos prazeres da gula com a culinária italiana. Reza, reza muito, encontra Deus, senta nas mãos dele, supera o divórcio, passa o período na Índia num ashram - comunidade que promove o crescimento espiritual. Na Indonésia, precisamente na ilha de Bali, vive o equilíbrio, passa as tardes com o Xamã - que tem entre 65 e 112 anos, as manhãs com sua mais nova amiga, também curandeira e encontra o amor nas noites tropicais.

Na realidade foi difícil encontrar um livro para o tema de Janeiro. Embora eu tivesse uma lista considerável, a desorganização de inicio de ano, e as fracas livrarias de minha cidade não contribuíram para que eu cumprisse meu desafio. Mas durante os dias passados na casa do meu namorado, a madrinha dele me emprestou Comer, Rezar, Amar. Eu já tinha interesse no livro, e nem tinha pensado nele para o desafio (sequer sabia se ele se encaixava). Ja era final de Janeiro, e a escolha não poderia ter sido melhor, um livro inspirador. A muito tempo não sigo minha religião de batismo religiosamente (!), mas acredito em Deus, e necessito dessa fé. Nunca fui muito de meditar, mas essas reflexões, de se auto conhecer, de ter piedade consigo mesmo, isso me agrada.

Ler estando em férias na casa do meu namorado não é uma tarefa fácil. Lá tem coisas legais pra fazer o tempo inteiro, arrastei o livro comigo tempo todo, mas na verdade não me dediquei a ele, por mais encantadora que a primeira parte seja. Ficar na Itália com único propósito de aprender a língua, e como hobby apreciar s culinária divina daquele país, não deve ter sido nenhum sacrifício! A leitura é prazarosa, assim como a viagem deve ter sido. A parte da Índia, um pouco mais pesada que a primeira, se torna inspiradora: com tantas preces, tanta reflexão, tanto alívio. A terceira parte, da Indonésia, da vontade de mergulhar, saltar de paraquedas em Bali. Dá tudo tão certo, a vida de Liz parece tão boa, as pessoas que ela encontra são dotadas de tanta simplicidade que a gente pensa em morar lá e ser feliz pra sempre.

A filha da curandeira Wayan, Tutti é uma criança que eu gostaria de conhecer. Tem energia, é espoleta, é estudiosa, tem um coração enorme e uma certa malícia – no melhor sentido que essa palavra pode ter. Lembra a criança que fui, com suas brincadeiras imaginárias, seus desenhos de casas que presentiava as pessoas.

Um trecho marcante diz respeito a uma conversa de Liz com sua mãe, e de como todos precisamos nos sacrificar de vez em quando. Está na página 91, aí vai:

"Nesse instante, foi como se minha mãe tão forte estendesse a mão por cima da mesa, abrisse o punho fechado e finalmente me mostrasse a quantidade de sapos que tivera de engolir ao longo de tantas décadas para conseguir permanecer feliz no casamento cam meu pai (e, considerando todos os prós e contras, ela é feliz no casamento). Nunca tinha visto esse seu lado antes, nunca. Nunca havia imaginado o que ela poderia ter querido, o que poderia lhe ter faltado, por que coisas ela poderia ter decidido não lutar depois de considerar a situação de forma geral. Ao ver tudo isso, pude sentir minha própria visão de mundo começar a sofrer uma mudança radical."

[...] Na mesma página:
"Minha mãe fez escolhas na vida, como todos nós preisamos fazer, e está em paz com elas. Posso ver sua paz. Ela não julgou a si mesma. Os benefícios de suas escolhas são enormes – um casamento duradouro e estável com um homem a quem ela ainda chama de melhor amigo; uma família que agora inclui netos que a adoram; a certeza de sua prória força. Talvez algumas coisas tenham sido sacrificadas, e meu pai também fez lá seus sacrifícios – mas qual de nós vive sem sacrifício?"

Minha mãe também sacrificou muito da sua vida pela nossa – filhas. Fez escolhas, e hoje também eu preciso fazê-las. E os sacrifícios, esses também já fazem parte da minha vida, porque se queremos amar, vale a pena sacrificar aquele plano inicial, porque a vida é acima de tudo MUDANÇA!

Gostei bastante. Dou nota 4. Não acredito que tudo tenha sido beeem assim, afinal o livro é bastante comercial. Mas pensar que alguém viveu - e teve condições de bancar - uma experiência desse nível, com objetivos bem marcados para cada fase, é encantador, inspirador. Ao falar de suas experiências dolorosas, do sofrimento vivido no final do casamento, do quanto chorou, fico a pensar que deveria ser mais tolerante comigo mesma. É um livro em que a autora/personagem passa por uma grande trasformação e isso foi fruto do esforço, do trabalho, das horas de meditação, dos potes de gelatto.

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