quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Tereza Cristina e Griselda – algum exemplo?


Acho que todo mundo sabe quem é Griselda e Tereza Cristina, respectivamente, protagonista e vilã da novela das nove. A questão é que nem a nova rica barraqueira, nem a  "Rainha do Nilo" inescrupulosa, são exemplos para a sociedade.
            Admira-me, os autores definirem como segredo mortal da Tereza Cristina, o fato dela não ser filha legítima dos Buarque Siqueira, e sim, filha da empregada da família, que morreu louca num hospício. Claro que a socialite pode perder prestígio daqueles que vivem essa mesma "boa vida", mas pai e mãe é quem cria, educa e ama.
            Depois do segredo revelado, a ex-pobre bigoduda, obriga a vizinha arrogante a dizer que "não passa de uma vira-lata", para soltá-la. PERA AÍ!!!!!!!!!!! Filhos de empregadas são vira-latas??????????? Mulheres que ganham a vida facilitando a vida dos patrões, fazendo o serviço de limpeza, arrumação, mantendo a ordem, trabalhando de forma digna são piores que uma família rica? Quais são os valores que isso nos passa?
            Mesmo que a justificativa para tal atitude seja o mal que a "bem nascida" já fez para a família de Griselda, chamar os filhos para assistirem e rirem da cena não me parece nada educativo. Nessa novela, essas personagens resolvem seus problemas no olho-por-olho-dente-por-dente. Se uma estraga a festa da outra chamando a polícia, essa tem a louça quebrada na frente dos convidados; se uma insulta, a outra agride fisicamente; a "Pitonisa de Tebas" atenta contra a vida dos filhos do Pereirão, e essa atenta ao bem mais preciso da vizinha, a vaidade.
            Tudo bem que a Tereza Cristina seja má, já matou, manda matar e que a Griselda não age de maneira tão baixa, que ela quer defender sua família. Chame a polícia, deixe a justiça faz seu trabalho (eu sei que no Brasil isso pode não acontecer de fato). Novela é novela, OK! Mas esses programas são formadores de opinião. Sabemos que nem sempre morremos de amores por nossos vizinhos, mas não é com agressões que a convivência melhora. E ser filha biológica ou adotiva tanto faz. O adotivo é tão legítimo quanto o outro. E ser filha dos patrões ou dos empregados, não faz dos últimos menos que os primeiros.

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