quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Eu Te Amo!




Quando eu tinha uns 13 anos fiquei com um guri durante um ano, nos beijavamos todos os dias exceto domingo. A questão é que esse moço, hoje pai de família, lá pelo terceiro ou quarto mês, começou a dizer que me amava. Eu respondia, o mais simpática possível, que gostava dele. Na época, eu tinha acabado de mudar de cidade, e o guri, um pouco mais velho, era colega de aula, não sabia quase nada sobre a minha vida, como poderia ele me amar?

Já tinha fantasiado com o primeiro beijo, não me pegariam com essa história de primeiro amor. Tudo bem que hoje em dia as coisas estão mais precoces, que os desejos estão aflorando cada vez mais cedo, mas isso é amor? Sempre pensei – sou filha de pais separados, moro com uma mãe que se virou bem sozinha – que o amor teria que ser algo muito especial, que valesse muito a pena, o qual teria de ser tão forte para, caso terminasse um dia, amarar as boas lembranças. Eu beijava meu melhor amigo todos os dias, mas não me imaginava apresentando ele pros meus avós. Aquilo não podia ser amor, era carinho.

Eu considerava que com treze anos eu não saberia identificar o que era amor. Eu estava certa, demorei muito para acreditar que o que eu sinto hoje, é o amor que eu procurava oito anos atras. Nesse tempo todo eu falei EU TE AMO (tira família e irmãos de coração) para três caras. Vi que não era amor e nem dei  chance do sentimento aparecer com o primeiro. Antes de terminar com o segundo, vi que não era amor porque descobri que estava apaixonada por outro, que nunca ouviu isso de mim. Neste momento decidi jamais usar em vão algo que de tão precioso eu não sabia definir. O terceiro é o meu namorado, sortudo, quando ele ouviu eu tinha certeza do que eu sentia.

Não arriscarei teorizar sobre o amor, porque cada um define como quer. Mas fico pasma com meninas e meninos que mal descobriram o que é a vida e juram amor eterno. Ou do uso desmedido da expressão "eu te amo". Um dia, nos remotos tempos de orkut, fui surpreendida pela página de recados de minha irmãzinha (12 anos) na qual cinco meninos diziam que a amavam. Não convivo muito com ela, que é minha por parte de pai e vive com ele, mas cinco declarações, uma sob a outra... pareciam medalhas. Aquilo não era amor, era uma espécie de senha. Nenhum deles ficaria com ela sem dizer que a amava, parece história de antigamente. Só parece. Eles não queriam compromisso, eles não queriam envolvimento sentimental, pasmém o que é o amor se não sentimento?

 Hoje eu digo "te amo" sem medo, é amor. É forte o bastante para amarrar as boas lembranças se um dia terminar. Isso ai, pra mim amor é laço, e não precisa ser exuberante, desde de que seja fiel. E é vínculo, mais metafísico que carnal.

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