Quando eu tinha uns 13
anos fiquei com um guri durante um ano, nos beijavamos todos os dias exceto
domingo. A questão é que esse moço, hoje pai de família, lá pelo terceiro ou
quarto mês, começou a dizer que me amava.
Eu respondia, o mais simpática possível, que gostava dele. Na época, eu tinha acabado de mudar de cidade, e o
guri, um pouco mais velho, era colega de aula, não sabia quase nada sobre a
minha vida, como poderia ele me amar?
Já tinha fantasiado com o primeiro beijo, não
me pegariam com essa história de primeiro
amor. Tudo bem que hoje em dia as coisas estão mais precoces, que os
desejos estão aflorando cada vez mais cedo, mas isso é amor? Sempre pensei –
sou filha de pais separados, moro com uma mãe que se virou bem sozinha – que o
amor teria que ser algo muito especial, que valesse muito a pena, o qual teria
de ser tão forte para, caso terminasse um dia, amarar as boas lembranças. Eu
beijava meu melhor amigo todos os dias, mas não me imaginava apresentando ele
pros meus avós. Aquilo não podia ser amor, era carinho.
Eu considerava que com treze anos eu não
saberia identificar o que era amor. Eu estava certa, demorei muito para
acreditar que o que eu sinto hoje, é o amor
que eu procurava oito anos atras. Nesse tempo todo eu falei EU TE AMO (tira
família e irmãos de coração) para três caras. Vi que não era amor e nem
dei chance do sentimento aparecer
com o primeiro. Antes de terminar com o segundo, vi que não era amor porque
descobri que estava apaixonada por outro, que nunca ouviu isso de mim. Neste
momento decidi jamais usar em vão algo que de tão precioso eu não sabia definir. O terceiro é o meu namorado,
sortudo, quando ele ouviu eu tinha certeza do que eu sentia.
Não arriscarei teorizar sobre o amor, porque
cada um define como quer. Mas fico pasma com meninas e meninos que mal
descobriram o que é a vida e juram amor eterno. Ou do uso desmedido da
expressão "eu te amo". Um dia, nos remotos tempos de orkut, fui
surpreendida pela página de recados de minha irmãzinha (12 anos) na qual cinco
meninos diziam que a amavam. Não convivo muito com ela, que é minha por parte
de pai e vive com ele, mas cinco declarações, uma sob a outra... pareciam
medalhas. Aquilo não era amor, era uma espécie de senha. Nenhum deles ficaria
com ela sem dizer que a amava, parece história de antigamente. Só parece. Eles
não queriam compromisso, eles não queriam envolvimento
sentimental, pasmém o que é o amor se não sentimento?
Hoje
eu digo "te amo" sem medo, é
amor. É forte o bastante para amarrar as boas lembranças se um dia
terminar. Isso ai, pra mim amor é laço,
e não precisa ser exuberante, desde de que seja fiel. E é vínculo, mais
metafísico que carnal.
tá, mas eu te amo gorda! ^^
ResponderExcluirte amo tmb!!! *fofinha!!!!!
ResponderExcluir